25 de agosto de 2013

Relato de uma Cesarista Arrependida (Comentários sobre o filme "O Renascimento do Parto")

Assisti ao filme "O Renascimento do Parto". Chorei durante grande parte do filme.

Chorei porque, ao final de cada nascimento por parto normal, eu via o rosto das mães transformando-se:

Sempre me disseram que era isto...


... e hoje aprendi que pode ser isto.

Chorei ao me lembrar que o final de cada uma das minhas duas cesáreas significava o começo de um longo prazo de dores muito fortes. Tenho um baixo limiar de dor, e minhas duas recuperações foram extremamente penosas. Ao final da primeira semana ainda precisava de ajuda para levantar da cama, não podia me abaixar, ajoelhar ou fazer força. Tossir foi doloroso na segunda vez até mais de um mês após a cirurgia.

Chorei ao perceber que parto é uma coisa simples, muito simples, na maior parte das vezes. E os meus tinham tudo para ser. Eu não tinha nenhum motivo concreto para fazer minha primeira cesárea, exceto as "indicações" de que com 40 semanas de gravidez eu ainda não tinha tido contrações, o neném não tinha encaixado e meu líquido começou a baixar. Mesmas "indicações" que minha irmã teria duas semanas antes de dar à luz ao meu sobrinho em um lindo parto normal.

Chorei ao perceber que não tinha nenhum motivo concreto para fazer minha segunda cesárea, seis anos depois da primeira, exceto as "indicações" de que o risco é ligeiramente aumentado e que, se da primeira vez não tive contrações, não teria desta também. Mesmas indicações de três das mães que compartilham seus relatos no filme, e que puderam vivenciar o parto normal na segunda, e na terceira vez, em que foram mães.

Chorei ao perceber que o que me empurrava para a cesárea era o medo, como o filme mostra muito bem, de que eu não seria capaz. Não seria capaz de aguentar a dor das contrações. Não seria capaz de trazer minhas filhas para este mundo de forma segura. Estar anestesiada e colocando a responsabilidade nas mãos dos médicos me fazia me sentir cuidada, protegida, como a incapaz que eu sentia que era.

Chorei por ver que isto me privou de um parto lindo. Privou a mim e às minhas filhas do benefício de uma mãe banhada pela ocitocina, hormônio que nos torna mais amorosas, felizes e pacientes. Me privou de curtir as primeiras semanas de vida das minhas bebês de forma plena, amamentando-as sem sentir dor, dando o primeiro banho junto com o meu marido, andando com elas pela casa ao invés de só carregá-las na cama.

Chorei porque minhas cesáreas, como milhares no Brasil e no mundo, foram desnecessárias. Porque eu tive medo de arriscar sentir uma dor aguda, e acabei sentindo uma dor crônica muito maior.

Choro agora escrevendo este texto, pois sei que esta será uma experiência que não terei, pois não terei mais filhos. Mas tenho duas filhas. E vou lutar, como puder, para que quando for a vez delas, elas possam fazer escolhas melhores e mais bonitas que a minha.

72 comentários:

  1. Que relato mais lindo! Ainda não sou mãe, mas com toda certeza eu pretendo parir naturalmente, e se não fosse as informações que tenho pesquisado recentemente qdo eu engravidasse certamente daria ouvidos a esses médico cesaristas e me deixaria convencer por uma cesárea desnecessária. Que bom que vc, agora informada, pode mudar, cuidar, orientar e informar outras mulheres. informação é poder!
    Bjão. Nina Rodrigues

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    1. Olá Nina! Obrigada pelos seus comentários em meus posts! Adorei todos! Informação é poder, e a alegria de compartilhar com outras mulheres tem sido maravilhosa.
      Volte sempre ao blog! Se quiser receber meus textos, inscreva-se no blog, ok?
      Abraços,
      Ana

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  2. Nossa que lindo! Chorei ao ler seu texto pois também fiz uma cesárea, que talvez não fosse necessária. Ainda não assisti o filme mas quero fazê-lo o quanto antes. Tenho uma filha linda que vai completar 1 ano. Tenho planos para um próximo bebê e nesses planos está um parto natural, mais humanizado onde eu possa sentir todas as dores do parto e todas as alegrias que este poderá me proporcionar.
    Parabéns pelo texto!

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    1. Assista ao filme sim, e conte para gente! Parabéns pela filha linda, e boa sorte no seu parto natural! Abraços! Ana

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  3. eu não assistir o filme não
    tive dois partos normais
    e não me arrependo
    mais olha tudo que viveu
    e sofreu, infelizmente não
    foi como queria
    mais hoje pelo seus filhos
    pelas amigas pode ser diferente
    apenas com seu testemunho

    linda noite
    parabéns pela postagem
    bjs

    http://sermamaepelasegundavez.blogspot.com.br/

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    1. Obrigada! Esta é a idéia do post, alertar para que outras, amigas, conhecidas, e perdidas pela internet possam ter mais uma opinião e ajudar em sua escolha!
      Abraços,
      Ana

      PS: Dei uma olhada rápida no seu blog, está lindo! Parabens!

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  4. Nossa, que lindo relato. Eu vivo pedindo perdão mentalmente para o meu filho pois não conseguir fazer com que ele viesse ao mundo de uma forma natural e sim por meio de uma violência grotesca. Apesar de ter me livrado do GO fofinho com 39 semanas que tentou me levar para uma cirurgia desnecessária, fui parar nas mãos de um GO professor em um hospital universitário que me fez um corte gigante (episio) e de brinde usou o fórceps, pq estava com pressa de dar aula. Tenho certeza que após ter vivenciado essa experiência difícil de engolir, ainda tenho forças para poder ajudar outras mulheres com informações baseadas em evidências, e quem sabe poder um dia parir em paz.

    :)

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    1. Oi Rebeca!
      eu não acho que você (ou eu) precisa perdir perdão à nossos filhos, pois não fizemos nada para machucá-los ou ferí-los. Fomos, como o filme mostra muito claramente, vítimas de violência obstétrica. E, como toda vítima, não temos culpa nenhuma do que aconteceu. Mas, como toda vítima, dói sim.
      Estamos juntas nesta luta! Conte comigo!
      Abraços, Ana

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  5. Parabéns pelo seu relato...
    Ainda não tenho filhos, mas agradeço todos os dias por ter conseguido enxergar a realidade atual do nosso país, pois agora já sei contra o que eu preciso lutar...
    E ficoou sempre, muito feliz, quando vejo alguém tomar essa msm consciência...
    Não posso dizer q sei como vc se sente por não te parido suas meninas, não, eu nunca vou saber, mas não se ressinta...vc é, assim como muitas mulheres neste país, mais uma vítima, uma vítima que foi obrigada a aceitar a cirurgia, pensando no bem estar das suas filhas....
    Hj vc sabe q poderia ter feito melhor e agora faça como falou: lute para q eu, suas filhas e muitas mulheres q ainda vão parir não precisem ser oprimidas...

    Beijo...

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    1. Oi, xaráaahh! :)
      Sim, sou uma das muitas vítimas da nossa realidade atual. Mas não me culpo, como talvez algumas pessoas tenham entendido do texto.
      Culpo, como o filme culpa, o machismo que desempodera a mulher, a ganância que faz com que hospitais não se importem com o verdadeiro bem estar da mulher, a merreca que os planos pagam para os médicos que se vêem obrigados a perpetuar um modelo econômico onde o parto normal simplesmente não vale a pena, a falta de doulas, casas de parto e apoio para mulheres aprenderem sobre um verdadeiro parto NORMAL.
      Boa sorte nos seus partos! Que sejam maravilhosos, como você e todas as mulheres merecem!
      Abraços,
      Ana

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    1. Parabens pelo comentário!

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    2. Oi, Jussiara!
      Não estou me torturando não! Estou sim com um misto de tristeza e revolta pela dor inútil que passei, mas eu não sinto culpa. Talvez o título (arrependida) tenha dados esta idéia. Usei arrependida no sentido de: "Na origem da palavra, arrependimento quer dizer mudança de atitude, ou seja, atitude contrária, ou oposta, àquela tomada anteriormente."
      Mas concordo com você que a idéia de que quem faz cesárea é menos mãe é absurda, e, se dei esta idéia, me desculpe.
      Quando disse que privei à mim e às minhas filhas da vantagem da ocitocina, eu disse só que foi mais penoso, mais díficil, do que poderia ter sido.
      Sim, tive o famoso baby blues que talvez tivesse sido evitado. E tive dificuldades de me ligar às minhas bebês nos primeiros dias, que talvez não tivessem existido. De novo, ver que posso ter passado por isto inutilmente é o que me incomoda.
      A ocitocina aparece em todas as mães, inclusive as que adotam. O processo do parto é uma overdose dela, mas ela está presente quando amamentamos, quando carregamos uma criança, até mesmo quando ouvimos o choro de uma criança estranha. Por isto, temos sim o hormônio do amor, independente da via de parto.
      Cesárias são essenciais, um grande avanço da humanidade que já salvou milhares de vidas, de mães e crianças. Sou hoje uma mãe amorosa, apaixonada por minhas filhas, independente da via de parto.
      Mas isto não tira minha raiva de que um momento que poderia ser lindo foi o começo de um longo processo doloroso.
      Estou refletindo, muito. E agradeço todos os comentários que me ajudam nesta busca e discussão!
      Volte sempre!
      Abraços,
      Ana

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    3. Perfeito seu comentário Jussiara! Parabéns! Concordo plenamente. Ass: Ariana

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    5. Oi, Jussiara. Estou tentando dar espaço para todo tipo de discussão aqui, mas, se você ficar apelando (nazismo, sério??), eu vou ser obrigada a remover seus comentários.
      Você fica repetindo os mesmos argumentos (que o francês está falando besteira, e que quem fez cesárea está sendo acusada de ser menos mãe).
      Ninguém está impondo nada! Você está criando esta polêmica na sua cabeça. Este espaço aqui é para dar vazão a um sentimento que você obviamente não tem e não entende: que teve gente que foi enganada para fazer cesárea. E que gostaria que tivesse sido diferente.
      A vítima nunca deve sentir culpa, e eu não sinto. Sinto um grande sentimento de injustiça comigo e com minhas filhas pois passei por uma dor desnecessária.
      Se você não consegue empatizar e pensar em um parto melhor para todo mundo (humanizado, sendo cesárea ou parto normal), por favor, comente no seu blog, não venha criar brigas no meu.
      Abraços,
      Ana

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    6. Este comentário foi removido pelo autor.

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  7. Não acredito que a culpa seja boa companheira pra ninguém, menos ainda que o parto normal seja condição privilegiada de mais/melhor maternidade. Todavia, acredito sim que muitas mulheres, como a deste relato, não suportaram ou suportariam se responsabilizar pela escolha de um parto normal/natural/humanizado. A pressão social é muito forte contra qualquer tipo de atitude que nos diferencie do recomendado pelos poderes estabelecidos. A informação, quando chega, nunca é completa, nem vem fácil, é sempre cavada. O discurso médico induz ao medo e à sensação de incapacidade feminina.
    Esse filme, na minha opinião, não busca classificar melhores ou piores mães a partir do modo como trouxeram ao mundo ou chegaram aos seus filhos, mas de mostrar como e quanto é possível fazer isso de modo menos comprometedor para ambos, mãe e bebê. E o modo como se faz isso, faz diferença. O filme não me parece levantar bandeiras classificatórias, mas a da escolha, oferecendo informações preciosas e não acessíveis nos lugares que deveriam acolher gestantes.
    Na 28ª semana de gestação, minha pesquisa sobre o assunto foi extensa e acho mesmo que ninguém deve se culpar, mas admiro profundamente quem se responsabiliza e assume as escolhas que fez, ou que permitiu que o sistema fizesse por si. A gente faz sempre o melhor que pode.
    Parabéns pelo texto e pela bela atitude de ponderar para além das justificativas.

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    1. Oi, Elis!
      Como disse acima, estou com um misto de tristeza e revolta pela dor inútil que passei, mas eu não sinto culpa. Talvez o título (arrependida) tenha dados esta idéia. Usei arrependida no sentido de: "Na origem da palavra, arrependimento quer dizer mudança de atitude, ou seja, atitude contrária, ou oposta, àquela tomada anteriormente.

      No mais, excelente comentário, concordo com tudo!

      Bom parto para você! Conta para a gente depois como foi!

      Abraços,
      Ana

      Abraços,
      Ana

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    2. Este comentário foi removido pelo autor.

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    3. Jussiana, não estou entendendo esse ativismo pró cesárea aqui! Na boa... eu luto e falo SIM pq as mulheres precisam tomar decisões de forma consciente e não serem induzidas a algo que não querem! Se vc escolheu sua cesárea e teve todas as informações para tomar esse decisão, ok... fique bem com ela! Todo o ativismo para o parto humanizado é baseado em evidência, sabe? Estatística... não dá para discutir com estatística! É como saber que tem um beco onde é muito frequente ser assaltado e passar por ali assim mesmo "achando" que é seguro! Achar não muda a realidade! Eu sei que tem gente chata que fica julgando, esqueça essas pessoas... normalmente as mulheres que tiveram parto humanizado falam delas mesmas que ELAS se sentiram mais mulheres, que ELAS se sentiram mães pra valer! Não estão falando que as outras são menos... o relato é focado nelas mesmas! EU me senti mais mulher do que era antes e não EU acho que sou mais mulher do que qualquer outra que não tomou a mesma decisão do que eu!
      Eu fico preocupada com esse tipo de comentário que você faz pq parece que vc se sente culpada... mas é alguém te culpando ou é vc interpretando isso?

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    4. Este comentário foi removido pelo autor.

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    5. Jussiara, quase apaguei este comentário. Você está sendo agressiva com pessoas que estão tentando dialogar. (Caceteando, tá bom amore, etc).
      O blog realmente não é dela, e nem seu. Comporte-se ou vá criar briga em outro canto.
      Mais um post destes e eu vou começar a excluir seus comentários.

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    6. Helena, concordo com seus comentários. Já dei um toque na Jussiara para ela maneirar o tom, pois está sendo agressiva e muito pouco construtiva.

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  8. Também como tu Ana, sempre me foi falado pelos médicos que eu não tinha dilatação. No primeiro parto fiquei quase 24 horas com soro induzindo as dilatações, mas o médico resolveu que eu deveria fazer a cesárea... No segundo parto, outro médico, com ideia diferente, me disse que a 1ª cesárea teria sido precipitada. me preparei para o parto normal, mas que nada, a bolsa rebentou as contrações eram fracas e ele me fez cesárea... No 3º parto, outro médico, me falou da idade, do risco da cesárea, por ser a terceira, mas me fez cesárea e com data marcada. E esta foi a que quando acordei na recuperação me senti crucificada; barriga cortada, soro no braço, sonda na bexiga e dor, muita dor. me senti muito mal. Fui para o quarto e a dor não passou nunca. Sentia contrações fortes e assim fiquei por 4 dias e para não ficar mais, menti ao médico que me sentia muito bem. Então te entendo bem, pois na realidade , nunca tive a experiência maravilhosa de parir.

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    1. Oi, Liss.
      Nossas histórias são muito mais comuns do que imaginamos... e isto é uma tristeza imensa.
      Obrigada por compartilhar conosco!
      Abraços,
      Ana

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  9. Não sofra assim pelo que já passou... É passado!
    Sofrer por coisas que não tem mais volta é adoecer da alma...

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    1. Mas eu não choro apenas pelo passado. A raiva que senti, junto com a tristeza, é o que me motiva a mudar o futuro.

      Não posso mudar o passado. Mas posso aprender com ele. Mudar minhas opiniões. Entender que podia ter sido diferente.

      E fazer um futuro melhor. Dor por dor é inútil sim. Dor que constrói chama cicatriz. E nos torna mais fortes.

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  10. que lindo! Sabe que eu lembrei? existem muitas doulas que por terem vivenciado o nascimento dos filhos de forma diferente do que gostariam, passam a ajudar outras mulheres a conquistar e não perderem seus partos!
    parabéns pelas reflexões!
    beijso

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    1. Não sabia disto, Katarina.
      Para ser bem honesta, quando ouvia falar de Doulas antes deste filme, pensava que eram um "luxo" de pessoas exotéricas.

      Hoje vejo que são profissionais altamente capazes que tem uma função que só elas conseguem desempenhar: utilizar sua experiência em diversos partos com o único objetivo de proteger a mãe e o bebê.

      Este deveria ser o objetivo do médico, eu sei, mas infelizmente, não é o caso hoje em dia. Tem muitos outros interesses em jogo, muito bem descritos no filme em dia.

      Se eu pudesse voltar no passado, com certeza teria tido uma.

      Obrigada pelo comentário.
      Abraços,
      Ana

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  11. Minha filha única (não por minha vontade, mas simplesmente não engravidei mais) vai completar 34 anos, esta é a idade da minha cesárea. Mas não esqueci nem um detalhe daquele dia tão feliz.
    Fui preparada para o parto normal, entrei em trabalho de parto, mas não progrediu como esperado. Depois de seis hora da bolsa rompida minha dilatação continuava de apenas dois dedos (ou 4cm). Minha filha foi um bebê grande (50cm e 3650kgr de peso). Obviamente que esta dilatação era insuficiente. Dei entrada no hospital as 00,59h. de uma segunda feira e meu médico chegou as seis e meia da manhã. Ao me examinar viu o que estava acontecendo e preferiu fazer cesárea. Ainda quis tentar o soro, mas ele achou melhor não, pois só me faria sofrer muita dor e acabaria ainda em uma cesárea de qualquer jeito, pois sou de um tipo pequeno e minha bebê era grande, afinal não valeria a pena o sacrificio. Já anestesiada ele tentou o toque e viu a mesma situação de quando chegou ao hospital. Apenas dois dedos de dilatação. Então realmente não adiantava esperar mais, para que a criança não entrasse em sofrimento, pois a esta altura já fazia umas oito horas que a bolsa havia rompido. Meio grogue vi o assistente me pincelar a barriga com iodo ou mercurio. Mesmo sem dor sentia toda a manipulação, o corte, a abertura do ventre, o acesso ao útero (ela estava encaixada) e seu choro assim que saiu da minha barriga. Como de praxe levaram o bebê para efetuar a limpeza para só então mostra-lo a mãe. Estava tão ansiosa para vê-la que comecei a me movimentar e falar sem para. Aí o medico me deu um sedativo e eu dormia até 13,30h quando então finalmente pude pegar minha linda criança. E como você mesmo disse depois da cesáre é pelo menos trinta dias de dor e dependência de marido ou da mãe. No meu caso ainda houve um agravante, o mercurio me deu alergia e mal podia encostar a criança ao peito pois isso me dava mais coceira... atrapalhando a amamentação, o que ocasionou fissuras nos mamilos, febre e quase o empedramento do leite, tudo isso já na primeira semana após o parto. Realmente foi muito desconfortável. Se tivesse sido parto normal em algumas horas estaria cuidando do bebê livre, leve e solta. É isto, a cesárea pode ser "melhor" na hora do nascimento, o problema é o "depois" da cesárea. Se estas milhares de mulheres que fazem cesárea soubessem disso não fariam cesáreas eletivas, escolhendo até a data de nascimento, por tudo isso acho que não vale a pena. Espero que sirva para aquelas que ainda não tiveram filhos saber escolher o melhor para si.

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    1. Olá, Márcia. Obrigada por compartilhar sua experiência conosco! Uma pena que nossa história tenha sido assim. Espero que possamos sim outras pessoas a fazerem uma escolha mais bonita, mais consciente.

      Abraços,
      Ana

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    2. Marcia, sua filha não era grande, era de tamanho normal. 6horas de trabalho de parto para dilatar tudo é MUITO POUCO... imagina, você estava em trabalho de parto latente já, com 4cm, era só o médico ter paciência e permitir que seu corpo tivesse mais tempo. Você era capaz de parir sim, você ia conseguir, mas o médico te inferiorizou, te convenceu que você tinha um problema que não existia. Sinto muito.

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    1. Jussiara, que bom que sua experiência foi tão tranquila!
      Tenho certeza que várias pessoas relatam o mesmo, e não gostei também do cara falar que o mundo será pior por causa das cesáreas.
      Sim, ele polariza sem necessidade, como se fosse culpa da cesárea o mundo estar com problemas. Era o único momento do filme em que eu não me identifiquei. Achei exagero e, como você disse, discriminatório contra uma tecnologia que, bem usada, pode salvar vidas demais!
      Inclusive livros excelentes como "The Nurture Assumption" mostram que via de nascimento não tem nenhum efeito estatístico sobre o futuro caráter de ninguém.
      E sim, maternar é bom demais.
      Minha mágoa é só que, se podia ter sido um processo muito mais legal, fico triste de ter sido privada dele por causa de causas como machismo, interesse econômico e uma visão da sociedade de que eu sou incompleta.
      No mais, alegria para seus quatro filhos!!
      Abraços,
      Ana

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    2. Este comentário foi removido pelo autor.

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    3. Novamente, NÃO SINTO CULPA!!! Engraçado que várias pessoas projetaram esta culpa no meu texto. Eu acho que o que aconteceu seria minha culpa se eu tivesse escolhido a cesárea dispondo de todas as informações que disponho hoje, sabendo como seria, e tendo uma idéia real do que é o parto normal.
      Não era o caso. Como eu disse, fui enganada achando que as indicações que eu tinha eram reais, que eu não era capaz de parir, que parto normal era difícil demais e complicado, e que o médico é quem decidia o que era melhor para mim.
      Concordo que somos todas mães, e que via de parto não determina se uma mãe é boa ou não (da mesma forma que acho que diversos métodos de criação de filhos funcionam de forma diferente, assim como várias escolas, rotinas, etc).

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    4. Por que foi removido o comentário da Jussiara?

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    5. Porque a Jussiara estava acusando, sendo agressiva, comparando quem defende parto normal à nazistas, enfim, estava provocando sem trazer novos argumentos para a discussão. Quem defende a cesárea pode sim faze-lo com fatos. Eu defendo a cesárea, que é um procedimento valiosíssimo para salvar vidas da mãe e do feto. O que não defendo é que 80% das mulheres tenham experiências cirúrgicas com maiores riscos e dor.

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  13. Agora vem a pergunta: Quanto custa para se ter um filho de parto humanizado / em casa com Doula? 5 mil? 6 mil? Quantas destas mulheres no Brasil teriam acesso a este tipo de parto? O sistema publico nao tem interesse, tanto que as casas de parto de sao paulo estao com projetos parados. Gente, se for parto normal ou cesarea, o que importa é a saude de mãe e filho. Se tivermos um bom acompanhamento médico gratuito no Brasil, logicamente é possivel as mulheres terem mais sucesso em um parto natural. Os médicos precisam de especialização nesta área... aprender a passar a informacao para as futuras mamaes... Mas não é nossa realidade. Infelizmente hoje não temos isso. A favor sim do parto natural e da não violencia contra a mulher em estado de parturiente mas desde que a vida do bebe e da mãe seja levada muito em conta e para isso precisamos de médicos preparados para tal. Minha prima a 3 meses atras teve sua bebe de parto normall... lindoo... sem indução... de forma estremamente normal... existe perfeição melhor que esta? Não não existe.. . Agora uma conhecida que estava de 42 semanas... foi pra indução, e sofreu horrores para ter seu bebe, correndo o risco de ele não sobreviver como aconteceu com a mamae que estava ao lado dela? Indução... semanas de gestacao passando do prazo, para o bebe nascer morto? Culpar quem? O sistema ou a equipe médica? O que estou querendo dizer é que o parto normal tem que chegar a todas a classes sociais, se vai ser com casas de partos, nos hospitais, em casa.... o governo tem que se preocupar em fazer isto funcionar. E nao só isso, como dar a opção para a mulher de escolher o que ela quer fazer. Qual o problema de a mulher escolher ter seu filho de PN? Ou Cesarea? Para ela ter este tipo de escolhe tem-se que ter informação e não imposição. Espero ter conseguido dar minha opiniao sem ofender ninguem.

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    1. Olá, Anônimo. Por partes, porque tem coisa a beça no seu comentário:
      1) Custo: sim, ter um parto com doula custa caro sim. Mas, pelo menos entre minhas amigas, pagar o parto "por fora" do plano faz parte do processo. Eu mesma paguei R$5 mil por cada cesárea, apesar do meu plano teoricamente cobrir tudo. Dinheiro que eu poderia ter gasto em um parto humanizado, com certeza.
      2) Ainda custo: sim, a grande parte das mulheres nem passa perto deste dilema. No SUS, onde o maior problema é a violência obstétrica (mulheres apanhando, amarradas, sendo maltratadas brutalmente na hora do parto), discutir via de parto está longe de ser a prioridade. Mas, como quase toda mudança estrutural, a classe média tem sim o poder de mudar este cenário. Quando o parto normal voltar a ser "coisa de madame" na classe alta, este padrão é desejado e repetido nas classes média e baixa. A influência, como decoração de festa de criança, pode ser positiva.
      3) A sáude da mulher e do bebê é sim a prioridade. Ninguém aqui é maluco de defender parto normal a qualquer custo, e ficou muito triste de saber da história da sua conhecida. Claro que ninguém quer arriscar. A questão é saber os riscos reais, e não ficar apavorada com histórias como esta, sem precisão estatística, sem nome e histórico completo, sem análise real do risco envolvido.
      4) No mais, concordo que informação é o principal, e continuo defendendo o filme como uma excelente fonte delas.

      Abraços,
      Ana

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  14. Respostas
    1. Oi, Jussiara.

      Acho que você mistura duas coisas:
      "Humanizem o SUS, façam com que as parturientes tenham acessos à informações"
      não é a mesma coisa que:
      " e possam pedir uma cesarea, caso elas não queiram passar por tantos sofrimentos. "

      A cesárea pode, e muitas das vezes é, muito mais sofrida do que o parto normal! É exatametne isto que aprendi não apenas no filme, mas vendo minha irmã em dois partos normais após minhas duas cesáreas.

      O filme não defende a volta do parto para casa, o que é inclusive falado diretamente no final do filme: que o parto em casa não é para todas, aliás, é para pouquíssimas, que se sentem seguras em sua casa.

      Mas a idéia de tantos partos em casa é mostrar que, se dar para fazer em casa, com pouca ajuda, será que é realmente necessário transformar o processo na grande cirurgia que é feita?

      E análises sérias e idôneas de grandes quantidades de dados mostram que o risco de se fazer um parto em casa quando a gravidez não apresenta riscos é muito semelhante a se fazer no hospital que, não podemos esquecer, também apresentam riscos, como infecção hospitalar, erro médico, reação à anestesia, entre muitos outros.

      Agora, José observa se a gravidez tem risco, se um parto hospitalar humanizado é possível, se a cesárea pode ser feita após o início do trabalho de parto, se o médico respeita as decisões da mãe dentro da segurança possível, e não da conveniência da agenda dele do consultório.

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    2. Este comentário foi removido pelo autor.

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    3. Jussiara, a causa do grande número de cesáreas não é tão simples assim.
      Dá uma lida neste texto aqui, tem bastante informação científica.
      http://www.padecendo.com/2013/08/vamos-construir-juntas-o-tema-parto-por.html

      E o filme, em nenhum momento, taxa mulheres que fizeram cesárea de menos isso e aquilo...

      Abraços!

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    4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  15. Lindo depoimento. Sou uma das milhares de mães que desejavam um parto natural humanizado, mas que por morar em uma cidade pequena, sem recursos, acabaram sem muitas opções, entregando-se à cesariana com dia marcado!!! (Porque o anestesista não atende só em uma cidade!!!)Peço muito a Deus que meu segundo filho venha ao mundo tendo sua mãe presente de maneira plena (sem nenhum efeito de anestesias).

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    1. Oi, Mãe Anônima.
      Nosso triste relato é realmente muito comum.

      Mas note que eu não sou contra anestesia. Mesmo se tivesse conseguido fazer os partos normais, eu provavelmente teria sim tomado anestesia para aliviar no final, como minha irmã fez nos dois partos dela, que foram lindos.

      Anestesia é um recurso super válido, como a cesárea, ou outros procedimentos que forem necessários. Nossa luta é pela humanização, não pela dor.

      Aliás, pela menor quantidade (total) de dor possível!

      Abraços,
      Ana

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  16. De uma grande amiga, Daniela Lacerda (aliás, autora do Post "Meu Filho é um Sucesso" aqui no blog), que me enviou por e-mail:

    ****
    Eu ja divulguei no Facebook o filme "O Renascimento do Parto", mas venho divulga-lo por email tambem (em BH, Usina Belas Artes, 17:10hs).

    Por que?

    Sei que o filme, de certa forma, mostra um "universo paralelo" em que parir e' o que as protagonistas do documentario querem mais do que tudo na vida e estao dispostas a gastar (as vezes muito) para ter um parto de sonhos. Nem todo mundo pensa assim.

    Sei que os partos normais da rede publica (que ainda sao comuns, mas em indices ainda menores do que o recomendado pela OMS) nao chegam nem perto daquela maravilha mostrada no documentario. (E ai tem outro documentario bem dificil de assistir, chamado "Violencia Obstetrica - a voz das brasileiras" pra mostrar outras questoes importantes que nao me cabem discutir).

    Tambem nao acho que e' produtivo julgar os medos e as experiencias passadas de cada mulher, ou acreditar que aquela que fez um parto agendado, sem o "banho de occitocina" que ocorre quando o trabalho de parto e o parto seguem seus cursos naturais, esta sendo privada da capacidade de criar vinculo ou amamentar seu filho. Eu mesma passei por 2 cesarianas agendadas por "indicacoes" que, sabendo o que sei hoje, teria como questionar.

    Para mim, a grande questao e' a INFORMACAO. Nao importa que tipo de parto VOCE ja teve ou gostaria de ter, mas sim se VOCE fez ou esta fazendo essa escolha de forma planejada e consciente.

    Por isso divulgo abaixo o texto de uma amiga de Belo Horizonte, com quem fui ver o filme na estreia, dia 23. Nos emocionamos juntas ao ver na tela o que ja sabiamos pelas leituras que temos feito nos ultimos dois anos: que nossas cesarias foram, muito provavelmente, desnecessarias, como o sao a grandississima maioria das cesarias feitas no Brasil.

    Como ela, nao voltarei a ser mae, nao terei a experiencia de um parto como gostaria de ter tido.

    Como ela, espero fazer de tudo para que minhas futuras noras (se eu as tiver...) possam estar vivendo uma realidade diferente e "mais realista".

    Nao ha o que justifique 70-90% de parto cirurgico na rede privada!

    Nao ha o que justifique quase 100% de episiotomias para as felizardas que conseguem fugir da maquina da cultura e do sistema e ter um parto normal.

    E, para quem conhece alguem que esta gravida e quer se informar melhor, tenho um texto muito bacana, escrito por uma medica de BH, com informacoes numa linguagem simples e cativante.

    Assistam ao filme. Recomendem o filme!

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    1. Aninha e Dani, se quiserem, podem divulgar o link do blog da Bebel com meu texto:
      http://www.padecendo.com/2013/08/vamos-construir-juntas-o-tema-parto-por.html
      Um beijo!
      Lulu

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    2. Este post é íncrivel, com detalhes e informações essenciais sobre as vias de parto. Recomendo demais. De novo, queria ter lido há 7 anos e 9 meses atrás...

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  17. Aninha querida, estamos juntas nessa luta!
    Um beijo!

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  18. Nossa, que lindo! Mas, que nosso choro possa se mobilizar para buscar mudanças na humanizaçao do parto e na natureza dos nascimentos. Vem surgindo um novo tempo... vamos renascer e transformar essa realidade! Um beijo

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    1. Sim, Ariane. A ideia é que esta raiva seja canalizada para algo produtivo. Ainda não sei direito o que, nem como. Neste momento, sinto que o que posso fazer é divulgar o filme e mais fontes de informação. Como professora de alunas universitárias, já divulguei em salas de aula. No próximo post aqui do blog tento dar outras ideias. Podemos mudar esta realidade!

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  19. Olá Ana! Vi o link para essa postagem no meu face e logo me chamou a atenção o nome do seu blog. O meu se chama Cadê meu tempo??? Continuei lendo a descrição: "... escreveria um blog. Sobre como é ter 36 anos, ser mulher, esposa, mãe..." Também tenho 36 anos e já fiz um bocado de coisas. Depois dessas coincidências, não pude deixar de vir aqui conferir. Aí, quando abro a página, me deparo com este post incrível. Me emocionei com sua história. Tive minha filha em casa, para o choque geral da população ao meu redor. Uns me chamaram de corajosa, porém, outros, de louca e irresponsável. E eu me senti a dona do mundo, claro! Ainda não vi o filme, mas me identifiquei quando vc citou a "indução" dos médicos para a cesariana. Eu já tinha decidido que teria minha filha em casa. Sendo que por volta dos 4 meses de gestação, comecei a sentir que a médica estava começando a dar sinais de que me mandaria para um parto cesárea. Foi quando mudei de obstetra e tudo se resolveu da forma como eu queria. Já li seu post mais recente. O que fazer? Acho que testemunhos como o seu são cruciais para a educação das mulheres. Falo de educação porque acredito que a natureza do parto natural é uma questão de educação. As mulheres do século 21 precisam aprender sobre si mesmas, suas potencialidades instintivas (parto, amamentar, proteger), que se perderam, talvez, ao longo dessa institucionalização desse modelo educacional. Acho que esse filme deve ser fenomenal por causa disso. Como vc falou, os ensinamentos da sua irmã não foram suficientes para que vc fizesse o parto normal. Mesmo assim, acho que vc fez a melhor escolha, pelo tempo em que vc vivia, pelas suas questões pessoais da época, como muitas mulheres.
    Eita! Escrevi tanto que acho que vou fazer um post sobre isso! Kkkkk...
    Lindo depoimento. É preciso coragem para se posicionar dessa forma. Apoio total da minha parte!
    Bjo!

    http://cademeutempo.blogspot.com.br/

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    1. Olá, Sílvia!
      Passei no seu blog, e concordo que esclarecimento é o maior caminho! To tentando abrir este espaço aqui, para que possamos crescer juntas na humanização de partos!
      Parece que sim, temos muito em comum (a começar pela falta de tempo!!). Fico muito feliz que não tenhamos a cesárea em comum! Parabéns pela luta, e coragem de ir atrás de um parto bacana. Fico esperando seu post sobre isto, acho que seria ótimo ver depoimentos de todos os angulos desta questão tão bacana!

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  20. Chorei com seu desabafo.
    Tive meu parto normal, apesar da maioria das pessoas me botar medo e insinuar que eu não era capaz. Eu sempre quis ser mãe e sempre quis meu parto normal. E adorei. E foi bem do jeito que v descrever no começo do texto.

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  21. Ana,
    Eu entendo como vc se sente. Fiz uma cesárea desnecessária tb com 40 semanas e 3 dias porque "tava passando da hora". Hj eu sei que poderia ter chegado as 42 semanas...Enfim! Não tínhamos essa clareza de idéias e pensamento que temos hj. Não se culpe! Com certeza vc é a melhor mãe que suas filhas poderiam ter! Ainda mais agora que vc pode abrir seus olhos sobre tudo que agora vc sabe! E de muitas outras mulheres!Ser mãe inicia na concepção, gestação, mas não finaliza no parto: só começa! Nós construímos isso! Bjs

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    1. Não me culpo, pois sei que fiz a melhor escolha que pude na época. Culpo sim o sistema econômico dos planos de saúde, o machismo que tira nossa autonomia, a pressa do dia a dia que torna a ansiedade um sentimento normal.
      Estou sim construindo minha maternidade dia a dia, há sete anos. Amo ser mãe, amo minhas filhas.
      Construímos isto sim, e agora tenho mais "tijolinhos" para fazer um projeto ainda melhor! Bjos!

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  22. Estou esperando meu 1º filho e desejo recebê-lo de parto normal... Porém, se não for possível (porque, não sejamos ignorantes, muitas vezes não é) não irei sofrer ou me sentir menos mulher ou menos mãe por isso!
    Acho o máximo desmistificar todas as lendas que envolvem o sofrimento do parto normal; mas vejo uma tendência de "seguir moda" que gira em torno do parto humanizado, do radicalismo e da crítica por mulheres que optam por cesáreas.
    Criticar alguém que pensa ou age diferente de você é o início da intolerância e da total ignorância.
    Nós mulheres sempre fomos e somos tão pressionadas pela sociedade, vamos nos deixar em paz!!!

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    2. Eu fiz cesária por vontade própria...
      Mas também não daria tempo para ter parto normal, o líquido amniótico estava diminuindo...
      Posso dizer que minha cesária foi ótima!!!
      Passei muito bem...
      Minha filhota nasceu no dia 17/11 e no dia 18/11 já estava em casa...
      Moro em apto...No 4º andar...
      Pensei que iria levar 1 hora para subir as escadas...Subi muito bem e se levei 5 min foi muito...
      Me virei muito bem em cuidar da minha bb após a cirurgia...
      Mas sempre digo para minhas amigas que querem ser mamães pela 1ª vez...
      Cada caso é um caso...
      Para umas é ótimo cesária...Para outras é horrível...
      Assim como já ouvi várias comentar que passaram mal em fazer um parto normal...E outras que passaram muito bem...
      Posso com todas as letras dizer e agradecer a Deus por ter tido a oportunidade e privilégio de gerar minha única filha aos 38 anos e ter passado muito bem em minha cesária...Sem traumas...Sem culpa alguma...
      Sei que há os riscos tanto em uma cirurgia...Como também existe em um parto normal!!!

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    3. Renata e Fabi, não estou criticando quem fez cesárea. Estou apenas falando que eu não queria, e fui induzida a fazer por médicos, conselhos tortos, sensação de que eu não iria dar conta.
      É claro que existem situações onde a cesárea salva vidas, é essencial, importantíssima. E que bom que várias pessoas contam de cesáreas tranquilas.
      Mas, falando de números gerais, a recuperação da cesárea é muito mais difícil do que a do parto normal. Falando de populações, o risco de se submeter à uma cesárea é muito maior do que fazer um parto normal (não é igual MESMO).
      E a experiência do parto normal, na maioria das vezes, é muito melhor para todo mundo (exceto o médico e o hospital).
      Então, não estamos falando de culpa, ou de pressão, ou de moda. Estamos falando de dados estatísticos, medicina baseada em evidência e estudos bem feitos.

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  23. O vinculo de amor maternal independe da forma como a criança nasceu, eu não tive parto normal por opção, um dos motivos foi principalmente a experiência pessoal da minha mãe, que os médicos se recusaram a fazer o cesariano em 2 gestações, alegando que ela tinha condições para o parto normal, e com isso ela sofreu muito por horas e meus dois irmãos quase vieram a óbito pro negligencia médica. E por diversas experiências de outras mães que simplesmente são largadas nas salas de parto sozinha morrendo de dor sem o mínimo de atenção, principalmente nos hospitais públicos aonde nesses casos ocorrem diversos óbitos que não são mencionados... lógico que financeiramente é mais viável nesse caso o parto normal, o governo não quer arcar com o custo de cirurgias que é altíssimo e nem os médicos ali querem se dar a esse trabalho.
    Deve-se levar em conta que qualquer tipo de parto o corpo passa por transformações e para se reestabelecer é dolorido e penoso, você pode não ter um corte cirúrgico, mas mesmo assim, pode haver necessidade de pontos e segundo relatos é uma dor miserável ao urinar.
    A mãe deve estar segura do tipo de parto que ela deseja ter, e não se deixar influenciar. Sou a favor do esclarecimento sobre as opções que a gestante tem, mas completamente contra a indução de quem acha que tal parto é melhor.
    Eu curtir cada momento do meu parto e me lembro perfeitamente de tudo e foi extremamente emocionante escutar o médico pedir o bisturi e logo depois escutar o choro do meu bebe, e por nenhum momento eu acho que teria sido diferente se eu tivesse optado por outro tipo de parto.
    O momento e pós somos nós quem o fazemos. Graças a Deus tive boa recuperação, e consegui fazer tudo sozinha obedecendo meus limites e seguindo as orientações médicas. Sem contar que nos primeiros 15 dias o bebe não da trabalho algum, apenas mama e dorme.
    Não se lamente Ana, você não sabe como teria sido se fosse de outra forma, quem te garante que seria dessa forma espetacular como você imagina?? O parto e a recuperação de uma mãe não são iguais, quanto mais quando se trata de pessoas diferentes.

    Abraços,

    Ingrid

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    1. Oi, Ingrid.
      parto normal no SUS pode ser história de terror. Assim como cesárea. Quando defendo um parto mais humanizado, passa por tudo isto que você mencionou.
      A mãe deve sim estar segura do tipo de parto que ela deve ter, mas quando seu médico e o hospital (nos quais você tem que confiar para decidir se há indicação de cesárea):
      - tem um monte de interesses econômicos em jogo,
      - estão muito mais acostumados a cesárea do que normal,
      - sabem que dá um trabalho imenso acompanhar um parto normal por horas, as vezes dias
      - sabem que não tem hora marcada, podendo ser de madrugada, durante a manhã de consultório cheio ou no feriado prolongado
      - não vão ter que passar pela recuperação, você que vai
      - ganham uma vez para fazer um normal no tempo que poderiam fazer 4 cesáreas

      Será que não vale a pena tentar fazer campanha pela mulher e pela criança, que não tem nenhum destes incentivos??

      Quanto à criança não dar trabalho nos primeiros 15 dias, eu discordo profundamente. Minhas meninas mamavam o tempo todo, choravam um bocado, e faziam cocô trezentas vezes por dia...

      Por fim, concordo que poderia não ter sido um parto legal mesmo. Mas, como foi, eu nunca saberei. Eu não tive escolha, não tive esta chance. E é isto que é injusto.

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    2. É pensamos de maneira diferentes... eu entendo perfeitamente essas questões que você citou, principalmente essas questões econômicas, pois tive acompanhamento tanto na rede publica quanto particular, no entanto a mulher tem que ter discernimento para saber se o médico está apenas visando o lucro e prevalecer sua vontade desde que não afete o bebê.
      Sou a favor do esclarecimento não da campanha.
      Apesar da gravidez conturbada que eu tive, me preparei emocional e psicologicamente para cuidar do meu filho quando ele nascesse, e não acho mesmo, que seja trabalhoso ter que cuidar dele nos primeiros dias, tive uma atitude muito positiva em relação a isso e soube aproveitar cada momento, não achando exaustivo para não me stressar e consequentemente acabar stressando o bebe.
      No seu primeiro post, citou que você escolheu a cessaria por seus motivos, então agora não diga que não teve escolha... Ao que me parece você é uma pessoa bem esclarecida, e esses questionamentos deveriam ter surgido antes da sua escolha, não simplesmente alegar agora que não teve a chance. A chance você teve apenas não escolheu por aquilo que hoje você considera ser melhor. E isso não é injusto, justamente pelo fato da escolha ter sido sua.

      Esse é meu ponto de vista... e não quer dizer que seja o certo.
      Sucesso para você e suas filhas.

      Abraços

      Ingrid

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    3. Este comentário foi removido pelo autor.

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    4. Muito bem colocada suas palavras...Concordo plenamente...Parabéns!!!

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  24. Tenho 60 anos, quatro partos normais, 8 netos de parto normal. Cada um um tipo de normal, hospital inss, hospital particular, clínica e domiciliar. Meu coração bateu junto com o seu Ana...só queria te dizer que qualquer experiência pode ser transformada em positiva. Por exemplo meus quatro partos foram literalmente evoluindo. O primeiro, num hospital enorme numa enfermaria com 20 mulheres berrando e sendo mal tratadas, aplicação de ocitocina e desrespeito. Só vi minha filha no dia seguinte na "hora da mamada". O segundo, numa clínica particular, com médica alternativa mas nem por isso amorosa, tive um problema de acretismo (placenta adere ao útero), hemorragia e fiquei longe da minha filha pois tive que ser anestesiada para a retirada da placenta. Na terceira numa pequena clinica, com direito a cócoras. médico especial... de cócoras...rasguei até o ânus...rs Bem, aí, no quarto, resolvi aprender, fiz curso, assisti vídeos, li mto. e decidi ter em casa...foi maravilhoso, só eu e meu companheiro, sem rasgar, sem pontos. Daí em diante virei doula, parteira (a vida me fez fazer dois partos!!!!) e hoje a bandeira que carrego é: ´TODA EXPERIÊNCIA pode ser aproveitada. Fez cesárea desnecessária? Encaminha sua filha, informa sua vizinha, espalha vídeos, enfim, faz do seu limão limonada...rs Querida, como disse, meu coração bateu com o seu, chorei de soluçar de mãos dadas com minha filha que pariu em casa (lindo!) o primeiro filho e se prepara para parir o segundo da mesma forma. Choramos pela ignorância, choramos
    pela implantação de falsas idéias (tipo vc. não vai suportar a dor!!)pelas mulheres como vc. que foram induzidas e choramos de alegria por termos virado o jogo. Gostaria de trocar idéias com vc. meu email é lucia.gel@hotmail.com. abrção

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    1. Oi, Lucia! Mais de um ano depois, vejo o seu comentário. Obrigada pelas palavras lindas! Não foi este o meu caminho, e você mostra exatamente o porque do "arrependida" do título. Mas espero que seja o das minhas filhas, das amigas delas, das mulheres empoderadas deste mundo. Bom demais ouvir da sua experiência!

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